segunda-feira, 21 de maio de 2007

Tragédia X Reflexão


Não. Não é o que parece. Não estou negativa não; é que muitas coisas aconteceram a minha volta. Não posso fingir que nada vi ou senti.
Fiquei sabendo no sábado de uma família que perdeu seu filho mais velho de uma maneira muito dolorida (levou um tiro na cabeça de um bandido safado e inescrupuloso). Rapaz novo. No início da vida. Com um futuro muito promissor pela frente...
Dói ver vidas interrompidas assim. Nenhuma família merece ser privada de seus entes queridos tão cedo. Por outro lado, quem somos nós, reles mortais, para determinar datas e formas de morrer?!
Todas essas notícias de perdas, tragédias, doenças, dores e problemas, me fez repensar a minha vida:
"E se fosse eu? Se eu tivesse morrido, estaria pronta para a morte?! Estaria pronta para enfrentar uma doença grave? O que tenho feito da minha vida? Tenho feito diferença na vida das pessoas a minha volta?!"
Para encerrar toda esta maré de tristeza, estava hoje na FM apresentando o programa, quando fui informada que uma ouvinte queria falar pessoalmente comigo. Como sempre faço: pedi para deixa-la entrar, e ela, já entrou no estúdio chorando, mostrando uma quantidade enorme de exames que estava fazendo e desabou dizendo:
"Trabalhei a minha vida toda... sempre fui produtiva; até que apareceu um pequeno caroço no meu seio, que, por não ter condições para opera-lo, ele cresceu e hoje é um cancer que me obrigará a retirar as duas mamas. Não tenho ninguem, exceto um filho de 12 anos... como vc pode ver, pago todas as minhas contas, mas, infelizmente, não pude pagar o aluguel de R$ 120,00. Fui despejada do barracão. Essa noite dormi na rua. Estou desesperada. Me ajuda."

Vc ja imaginou como eu fiquei né? Me perguntei: "meu Deus... Como posso ajudar esse ser humano?! "Fiz o apelo no ar. Conseguimos mais que um aluguel e exame, coseguimos 3 alugueis mais o exame que ela precisava fazer e que custa R$ 60,00.

Nossos ouvintes foram maravilhos, sensibilizaram e ajudaram... Quando terminou o programa, eu estava abalada emocionalmente e fragilizada...

Foi ai que eu refleti: "E, eu que imaginava que tinha problemas..."

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